Para facilitar a vida dos gonçalenses e reduzir o custo da viagem, município deve apostar no transporte hidroviário. Tempo das viagens deve ser reduzido em 50%, diz especialista
Cerca de 40% dos usuários das barcas que ligam Niterói ao Rio de Janeiro moram em São Gonçalo, de acordo com Luis Paiva, secretário de Relações Institucionais. Para facilitar a vida dessas pessoas, reduzindo o custo e o tempo da viagem, o município aguarda a instalação da linha Praça XV-Gradim. Segundo especialista, o tempo das viagens dos gonçalenses poderia ser reduzido em 50% com a instalação do transporte hidroviário. Essa semana, a audiência na 15ª Câmara Cível, do Tribunal de Contas do Estado para definir o futuro da concessão desse e outros trajetos que a Barcas S/A nunca implantou foi, mais uma vez, adiada.
O projeto para as barcas em São Gonçalo foi apresentado em Brasília e faz parte do PAC da Mobilidade e auxiliaria no problema de acessibilidade, explica Paiva.
“O plano faz parte do PAC da mobilidade. A criação da linha hidroviária entre São Gonçalo e o Rio, que ligaria o Pontal, próximo ao Gradim, à Praça XV, representa uma questão de conforto para a população, que, em sua maioria, trabalha no município do Rio de Janeiro. Hoje, cerca de 30 mil usuários das Barcas são oriundos de São Gonçalo. Outro ponto importante seria o desenvolvimento econômico da cidade, já que diminuiria o consumo do comércio na cidade vizinha (Niterói), e evitaria comentários desnecessários com relação à cidade como o que custou o cargo do ex-secretário de Segurança e Controle Urbano, Wolney Trindade, que culpou os gonçalenses pelo engarrafamento que parou a cidade por conta da promoção de um supermercado. Com a implantação poderíamos diminuir os problemas de acessibilidade da população”, acredita Paiva.
Para a travessia diária são muitas as dificuldades, de acordo com moradores de São Gonçalo. O estudante Leonardo Morine precisa usar o serviço durante a semana e tem que utilizar diversos transportes.
“Sou morador de São Gonçalo e trabalho no Rio, todos os dias sou obrigado a pegar três conduções para chegar ao trabalho. Se houvesse uma barca em São Gonçalo, seria menos complexo e custoso chegar ao meu destino. Acredito que se essa medida fosse tomada não só o trânsito em São Gonçalo melhoraria, mas em Niterói também. Grande parte do trânsito para a ponte se deve a falhas e à falta de projetos em infraestrutura na Região Metropolitana”, conta.
A auxiliar contábil, Thereza Christina Araújo, de 51 anos, diz que já não suporta as filas diárias nas barcas.
“Primeiro preciso entrar em uma fila para comprar o bilhete. Depois, é a vez da fila para entrar na estação, depois são multidões aguardando a chegada de uma embarcação, para entrar em uma barca. São usuários de Niterói, São Gonçalo e cidades vizinhas que dependem todos os dias deste serviço, se houvesse estação em São Gonçalo isto melhoraria”, conta.
O especialista em engenharia de tráfego da Universidade Federal Fluminense (UFF), José Jairo Araújo de Souza, explica que o tráfego de veículos e o tempo de viagem poderia ser diminuído em cerca de 50% com a implantação das barcas em São Gonçalo.
“O transporte hidroviário em São Gonçalo ajudaria a desafogar parte do trânsito na ponte Rio-Niterói, além de melhorar o tráfego das demais cidades e diminuir o tempo de viagem, já que cerca de 50% dos usuários deverão usar o transporte. Mas são necessários estudos, planejamentos e instalações adequadas na implantação, para que não haja problemas no deslocamento e se torne outro caos”, explica.
Concessão – O prazo para que a Barcas S/A implantasse a linha Praça XV-São Gonçalo já teria se esgotado e a empresa pode perder a concessão dessa e outras linhas que nunca saíram do papel, como a Praça XV-Guia de Pacobaíba e a Praça XV-Barra da Tijuca. Na última terça-feira, a audiência para definir o caso foi mais uma vez adiada, a pedidos de advogados da concessionária. A empresa afirmou que novos advogados entraram no caso e precisam de tempo para avaliar o processo.
Se cassada a concessão, os trajetos podem vir a ser explorados por outras empresas, por meio de licitação. O Governo do Estado não informou se tem planos para uma nova concessão das linhas.
Fonte: O Fluminense
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