Crianças foram levadas por mulher e uma tia para uma viagem à França e não foram mais devolvidas. Quase três anos depois, Polícia Federal e Interpol trazem menores de volta para casa
Um ato de ingenuidade custou quase dois anos de saudade para uma mãe de Niterói. Viúva em 2008, Rosane Coutinho recebeu, em 2011, a visita e um convite da avó paterna de seus dois filhos, com cinco e três anos na época, para que as crianças, junto com a mulher, conhecessem a França. Rosane permitiu a viagem e a avó, acompanhada da filha, tia dos menores, que não devolveu mais as crianças. Da França, as mulheres partiram para a cidade de Joanesburgo, na África do Sul.
Na sexta-feira, após muita espera, os dois meninos voltaram para os braços da mãe, que morava em Santa Rosa quando o drama começou.
Rosane Coutinho procurou a Polícia Federal (PF) depois de inúmeras tentativas de contato com a avó paterna para que ela devolvesse as crianças. Através de um trabalho conjunto entre PF e com a Defensoria Pública da União (DPU), começou, então, a investigação do caso em janeiro de 2012. Somente nessa época a situação começou a se desenvolver.
Na ocasião da viagem à França, a avó paterna tinha um documento da mãe das crianças que permitia a viagem dos menores em companhia dela, mas com prazo de volta definido, e que não foi respeitado. Em 23 de agosto de 2012 a avó das crianças e sua tia chegaram a Joanesburgo. Na última semana, a representação da Polícia Federal do Brasil na África do Sul fez contato com a DPU e Rosane precisou viajar ao país para resgatar seus filhos. De acordo com a Defensoria Pública, as acusadas relutaram em entregar as crianças no momento em que as autoridades chegaram. Hoje, com seis anos, o filho mais novo de Rosane, quando viu a mãe na casa em eles estavam na África do Sul, saiu correndo para abraçá-la.
Como a DPU não tem poder de polícia, o órgão só pôde resgatar as crianças e não prender as acusadas. A situação da avó e tia acusadas será resolvida pela Polícia Federal brasileira e ambas devem responder pelo crime de subtração de menor.
Ilegais, avó e tia devem ser extraditadas para o Brasil- Como as duas estão situação ilegal na África do Sul, as duas mulheres devem ser extraditadas nos próximos dias, e por conta do crime, serão indiciadas por subtração de menores. A caçada em busca dos menores envolveu a Polícia Federal, Interpol, Itamaraty, além de outros órgãos federais. Ainda segundo a Defensoria Pública, as duas crianças ficaram sem estudar todo o tempo em que permaneceram sob os cuidados da avó, caracterizando abandono intelectual.
Uma mãe ou pai que tiver passando pela mesma situação com filhos seqüestrados ou subtraídos para fora do país deve procurar a Defensoria Pública da União. Se o caso acontecer dentro do estado onde se tenha dado o fato, quem deve ser acionada é a Defensoria Pública do Estado. Como na África do Sul subtração de menor é crime, diferente da França, a situação se resolveu de forma mais acelerada no país.
Fonte: O FLUMINENSE
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