quinta-feira, 11 de julho de 2013

Em Niteroi- Órgãos ambientais comandam demolição de antiga aldeia indígena

 Por: Suzana Moura 

Ação da Coordenação Integrada de Combate aos Crimes Ambientais e do Inea coloca abaixo construções feitas em Camboinhas por índios guaranis que se transferiram para Maricá 














Uma operação da Coordenadoria Integrada de Combate aos Crimes Ambientais (Cicca) e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), com o apoio da Prefeitura de Niterói, realizou a limpeza de uma área que pertence ao Parque Estadual da Serra da Tiririca, na manhã de quarta-feira, em Camboinhas, Região Oceânica de Niterói.
Foram retiradas cerca de cem toneladas de entulhos e lixo da antiga aldeia indígena dos Guaranis, que ficava situada entre a Lagoa de Piratininga e a Praia de Camboinhas. O objetivo da ação é a preservação da fauna e flora do local, e a partir de agora, a área será inspecionada por Guardas do Parque da Unidade de Polícia Ambiental.
Indígenas ocuparam a área por sete anos, e acabaram transferidos, de maneira pacífica, há menos de um mês para uma área de 93 mil hectares no distrito de São José do Imbassaí, no Município de Maricá. Com a saída da tribo, muito lixo se acumulou no local, que se transformou em espaço de despejo irregular de entulhos.
O serviço de limpeza ambiental da área contou com duas retroescavadeiras, três caminhões da Secretaria de Estado do Ambiente e dois da Companhia de Limpeza de Niterói (Clin). A operação teve apoio de agentes da Polícia Militar Ambiental e de guarda-parques do Inea.
A ocupação do terreno pela tribo Guarani gerou diversos conflitos. A Sociedade Pró-Preservação Urbanística e Ecológica de Camboinhas (Soprecam) era contra a permanência dos indígenas. Já a Pilobos Empreendimentos – construtora que se dizia dona da área – não apresentou qualquer documento que provasse esta posse. A construtora foi notificada e tem até a próxima sexta-feira para apresentar os documentos.
O Coronel José Maurício Padrone, coordenador da Cicca, informou que estava ocorrendo um conflito na área. “A ação realizada aqui tem o intuito de limpar e desapropriar a área. Esse é um trabalho realizado para que a vegetação de restinga se regenere no local”, contou.
Restruturação da Mata Atlântica local- Agentes do Parque Estadual da Serra da Tiririca acompanharam a operação e ressaltaram a importância da área para a cidade e para a população. “Aqui é um local de Mata Atlântica, que já é bem restrito no estado e possuem vários animais, como lagartos e aves raras. Preservar essa área é contribuir para o ecossistema e para a importância ecológica da restinga”, afirmou Jhonatan Ferrarez, chefe da fiscalização do parque.
Procuradas, a Construtora Pilobos e a Sociedade Pró-Preservação Urbanística e Ecológica de Camboinhas (Soprecam) não se pronunciaram até o fechamento desta reportagem.

Fonte: O FLUMINENSE

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