terça-feira, 29 de maio de 2012

Greve: Professores de São Gonçalo realizam manifestação em Neves

Por: Aline Balbino 

Alunos e trabalhadores protestaram em frente a uma escola municipal. Profissionais que aderiram a paralisção há um mês querem reajuste e melhores condições de trabalho











  

No dia em que completou um mês da greve dos professores da Rede Municipal de Ensino de São Gonçalo, cerca de 30 pessoas, entre elas professores e alunos do Colégio Ernani Faria, em Neves, São Gonçalo, reuniram-se, na manhã da última segunda-feira, para participar de uma manifestação em frente a um sinal de trânsito situado ao lado da escola. Com faixas, os professores reivindicavam reajuste salarial de 33%, sendo 25% por perdas salariais e 8% por aumento real. Hoje, os professores vão se reunir por volta das 7h30 em frente ao Colégio Municipal Presidente Castelo Branco, no Boaçu, para distribuir panfletos informativos sobre a greve. Cerca de 100 profissionais da educação vão participar da panfletagem.“Queremos que a prefeitura nos ouça. Temos 70% da rede parada e isso não é positivo para o aluno. Não queremos prejudicar o ensino com essa greve”, disse uma das professoras. Os alunos também resolveram se manifestar pedindo melhorias nas escolas, já que as unidades estão em péssimas condições. “Nossa sala de aula está em péssimas condições. Precisamos de melhorias não só para professores, mas para alunos”, disse um estudante.
A professora Helen Soares, 49 anos, afirmou que a Prefeitura de São Gonçalo não reajusta o salário. “Faz tempo que não temos reajustes certos. O salário aumenta todo ano e o nosso reajuste costuma ser de menos de 1% e isso está completamente errado”.
Clara Almeida, 45 anos, é professora do Colégio Ernani Faria há 20 e lamenta que os alunos estejam sem aula regular, mas acredita que os professores precisam lutar pelos direitos.
“Fico triste de ver os alunos tendo aula dessa maneira. Alguns têm uma ou duas horas de aula por dia. Nós professores queremos alunos nas salas, mas é preciso que sejamos ouvidos também. Temos o menor piso salarial do estado inteiro. Quem entra para a rede agora ganha basicamente R$ 643 e isso não existe. Temos professores saindo das escolas. Ouço dizer que pelo menos 20 professores são exonerados por semana”.
A professora disse também que para não prejudicar os alunos, os professores deram aulas com carga horária reduzida.
“No começo demos aulas com carga horária reduzida para não atrapalhar o aluno, depois passamos a ter paralisações de 24 horas por semana e agora estamos parados. Será que as autoridades não compreendem que a educação é a base de tudo?”, indagou. De acordo com Mônica Pereira de Assunção, diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) de São Gonçalo, 70% da categoria estão parados.  
A assessoria de imprensa da Secretaria de Educação de São Gonçalo informou que as 107 unidades municipais de educação estão funcionando normalmente, já que cerca de 30% dos professores ainda estão trabalhando. A assessoria informou ainda que as aulas não foram suspensas e que não haverá nenhum problema para fechar o ano letivo.
Sobre o aumento salarial, a assessoria informou que o reajuste acordado na última reunião, que aconteceu em novembro do ano passado, foi de 2,22% (1% inserido em agosto e 1,22% na folha de outubro). Somando estes reajustes com o já concedido em maio de 2011, os profissionais já receberam 6,71% de aumento, de acordo com a prefeitura.
O salário de um professor da rede municipal de ensino de São Gonçalo é de R$ 643 podendo chegar a R$ 2.995 (docente II e Orientador Educacional) dependendo do nível no qual for enquadrado (plano de cargos e salários). No entanto, estes valores são os de base e são acrescidos de gratificações e adicionais.
A assessoria de imprensa da prefeitura informou que estuda a possibilidade de um acordo com os representantes da educação municipal para que a paralisação chegue ao fim. Uma nova reunião poderá acontecer na quinta-feira entre representantes da prefeitura e professores de São Gonçalo. 


Fonte: O FLUMINENSE

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