quinta-feira, 21 de março de 2013

‘Domésticas’, de Bianca Byington, estreia no Sesc São Gonçalo

Por: Flávia Tenente

Na trama, personagens compartilham com o público experiências do dia a dia. Elenco é formado por Cacau Protasio, Daniela Fontan, Ana Paula Sant’Anna, Alexandre Lino e Hossen Minussi 















Grandes personagens da vida real, as profissionais que arrumam, limpam e cuidam de nossas casas diariamente são agora protagonistas do espetáculo Domésticas, que chega ao palco do Sesc São Gonçalo, nesta quinta-feira e na próxima sexta-feira. Na trama, as personagens compartilham com o público experiências inusitadas do dia a dia.
O elenco é formado por Cacau Protasio, Daniela Fontan, Ana Paula Sant’Anna, Alexandre Lino e Hossen Minussi. A direção é de Bianca Byington.
No palco, os atores dão voz aos sentimentos de domésticas anônimas, cujas palavras foram colhidas pela autora da montagem original, Renata Melo, que, em 1998, estreou o texto, escrito com José Rubens Siqueira.
“A Renata entrevistou mais de 200 profissionais e hoje a gente se baseia nestas entrevistas para construir personagens em cima dos sentimentos transmitidos por aquelas pessoas”, revela a atriz Cacau Protasio, que interpretou a divertida empregada Zezé, da novela Avenida Brasil.
O novo trabalho, que, apesar de abordar a mesma profissão, apresenta ao público uma personagem bem diferente da vivida na trama de João Emanuel Carneiro, é para Cacau uma grande oportunidade de mostrar ao mundo os sentimentos de outras pessoas. “A Zezé não existia. Em cima dela eu podia inventar, criar, qualquer coisa. Já em ‘Domésticas’ eu trabalho com personagens reais e, independentemente de estar falando sobre histórias de empregadas domésticas, o texto trata de situações e emoções que fazem parte de qualquer profissão no mundo, levando uma mensagem de respeito ao ser humano. Esses dias ouvi uma frase que acho que tem tudo a ver com a peça: ‘No espetáculo não tem preconceito, tem amor’”, conclui.
São medos, paixões, sonhos, frustrações e aventuras de algumas empregadas compreendidos a partir de relatos coletados por todo Brasil. O cenário é composto apenas por aventais pendurados em varais e os atores ficam sentados em latões, próximos ao público. A ideia é que eles compartilhem essas histórias, com um dinamismo particular de quem conta os casos. “Quando li o texto, fiquei muito impressionada na força evocativa dos depoimentos colhidos e trabalhados pela Renata. Minhas conversas com a equipe de criação foram no sentido de encontrarmos juntos a maneira mais direta e honesta de fazer essas histórias chegarem ao público”, conta a diretora Bianca Byington.
Temos muitas ideias preconcebidas do que é ser doméstica, mas quem são essas pessoas individualmente? A enunciação é a mais direta possível, como em um documentário cênico. A ideia é aproximar fisicamente ator e espectador para desarmar o olhar distanciado. “A gente trabalha com sentimento e atua com base em sentimentos reais, então as pessoas se identificam. A grande participação do público nas apresentações tem nos surpreendido muito”, revela Cacau.
Das telonas para o palco- Domésticas já foi levado para o cinema, em 2001, com adaptação e direção de Fernando Meirelles, obtendo uma grande repercussão de crítica e público por tratar de um universo muito familiar a nós brasileiros. Coloca uma lente de aumento e transforma em ‘estrelas’ essas pessoas muitas vezes estão invisíveis.
Serviço: O Sesc SG fica na Avenida Presidente Kennedy, 755 - Centro de SG. Às 20h. Ingressos: R$ 16 (inteira), R$ 8 (estudantes, jovens de até 21 anos e maiores de 60 anos), R$ 4 (associados Sesc Rio). Classificação: 12 anos. Outras informações pelo telefone: (21) Tel.: 2712-3282.

Fonte: O FLUMINENSE

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