Juventude niteroiense lidera estatísticas na cidade, principalmente na Região Oceânica, onde quase 90% das situações de violência vem acontecendo com bastante frequência
O 2º Conselho Tutelar de Niterói, localizado no Largo da Batalha, divulgou essa semana que recebe 12 casos de agressão que envolve jovens, semanalmente. O órgão está preparando um estudo que de acordo com os primeiros dados, mostrou que quase 90% dos casos ocorrem na Região Oceânica.
Na semana passada O FLUMINENSE divulgou com exclusividade um caso de agressão, após ter acesso a um vídeo que mostrava uma menor de idade sendo agredida por outras três adolescentes. Com medo das ameaças, a vítima só registrou queixa dois meses depois do ocorrido.
No caso da jovem de 17 anos agredida na Região Oceânica de Niterói, o conselho tutelar está acompanhando pessoalmente o fato, e enviou esta semana dois conselheiros na residência da menor, para oferecer tratamento psicológico. Segundo o presidente do conselho Manuel Amâncio dos Santos, será proposto um acordo com a escola para que a jovem possa fazer as provas em casa, e ter as faltas abonadas, já que há quase dois meses se encontra longe dos estudos, ou se for o caso, a transferência para outra unidade de ensino.
O presidente do 2º Conselho Tutelar disse que já está estudando a possibilidade de começar um trabalho de integração do órgão com as escolas, pois são nelas onde acontece a maioria das agressões. “A nossa intenção é estreitar a relação com os sistemas de ensino e propor a eles que façamos um trabalho em conjunto para prevenir situações com estas”, afirmou.
Amâncio disse ainda que quando jovens chegam até o Conselho Tutelar envolvidos com qualquer tipo de incidente, eles são convidados a visitar locais que reintegram os menores que cometem algum ato infracional. “Nós decidimos fazer isso para acabar com aquele mito entre eles que se o menor de idade estiver envolvido com algum delito nada vai acontecer. Quando eles estão em contato com aquela realidade, acredito que vão pensar muito antes de fazer alguma coisa”, declarou.
O coordenador do grupo de pesquisa, Observatório Jovem da Universidade Federal Fluminense (UFF), Paulo Carrano, disse que é preciso entender antes de tudo o conceito de violência. “O que eu procuro mostrar para os meus alunos é a necessidade em saber conceituar as coisas separadas. Não podemos colocar no mesmo patamar uma agressão verbal e um caso de violência extrema. Geralmente nas pesquisas divulgadas as agressões entram sempre juntas nas mesmas estatísticas, e isso pode acabar atrapalhando até o próprio combate”, declarou.
Lista de situações de violência- O coordenador lista os tipos mais comuns de violência e diz que cada uma deverá ser tratado de uma forma diferente. “A violência simbólica é caracterizada pelas agressões, já o bullying é uma violência continuada, somada a uma perseguição a alguém, diferente de uma agressão eventual. Além disso, temos a agressão física, e a incivilidade, que se caracteriza pelo fato de o aluno responder ao professor”, disse.
Ele afirma ainda que a separação nos casos de violência, ajudaria no tratamento mais eficaz. “Se a gente faz essa operação de separar as coisas, conseguimos tratar cada um com as suas especificidades. Essa separação é primordial até para a definição de políticas públicas, no caso da violência entre jovens é preciso saber as motivações, ver o que está causando isso e depois se for o caso uma medida socioeducativa”, afirmou.
Fonte: O FLUMINENSE

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