sábado, 9 de dezembro de 2017

Visita do Papai Noel e super-heróis alegra crianças em tratamento de câncer

Com a distribuição de presentes, visita do Papai Noel, pintura de rosto, doces de todos os tipos e barraquinhas de comida, a celebração trouxe ânimo para a batalha pela cura



Carlos Vieira/CB/D.A Press


Há cinco meses, a rotina de Esther da Silva, 11 anos, resume-se a passar parte do dia entre consultas e sessões de quimioterapia e radioterapia. Ela e o pai, Sandro Marcolino da Silva, 42, saíram de Barreiras, no interior da Bahia, para que a menina tratasse um tumor de quatro centímetros no cérebro, considerado grave. “Em Salvador, não tinha médico. Então, abandonei meu emprego de motorista e estou morando de favor na casa de uma tia dela, em Ceilândia Norte”, conta Sandro.


A semana acabou, no entanto, com muita alegria. No lugar de agulhas e remédios, Esther recebeu abraços e duas bonecas de presente ontem à tarde. É que cerca de 60 pessoas, entre médicos, enfermeiros e funcionários do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, além de estudantes da Universidade de Brasília (UnB), se mobilizaram para realizar uma festa de Natal para 40 crianças e adolescentes entre 2 e 17 anos que estão em tratamento de câncer. O evento ocorreu na entrada do Centro de Oncologia do Sírio-Libanês, reunindo pacientes atendidos pelos hospitais da Criança José Alencar e Universitário de Brasília (HUB).

Com a distribuição de presentes, visita do Papai Noel, pintura de rosto, doces de todos os tipos e barraquinhas de comida, a celebração trouxe ânimo para a batalha pela cura.

Carlos Vieira/CB/D.A Press


Expectativa

O momento mais esperado pelas crianças era a entrada da equipe de super-heróis da Liga da Justiça e dos Vingadores pela recepção. Personagens famosos dos quadrinhos, como Batman, Superman, Mulher Maravilha, Homem de Ferro e Thor, fizeram os pequenos irem ao delírio.

Nicolas de Araújo, 5, era um deles. Quem o viu alegre, pedindo foto com os personagens, devorando um cachorro-quente e animado para pintar o rosto de Homem-Aranha, não imagina como foi o Natal do menino há um ano. Desde janeiro de 2017, o menino passa por sessões de radioterapia para frear a generalização de um tumor localizado entre o nariz e os olhos.

O caso é tão grave que Nicolas quase ficou cego. “Hoje, ele está bem, e enxergando direito. No Natal passado, estranhei quando ele sentia muito sono e até febre. Hoje (ontem), ele voltou a ser a criança alegre de sempre”, conta a dona de casa Daniela Araújo, 31, mãe do menino, que faz questão de sair cedo de Brazlândia com o pequeno.

Carlos Vieira/CB/D.A Press

De acordo com a coordenadora da Liga de Combate ao Câncer da UnB, Paula Diniz, a ideia é fazer com que as crianças não deixem a infância de lado e aproveitar o espírito de solidariedade que o Natal proporciona. “É um momento de reencontro com os profissionais que cuidam deles com tanto carinho. Essas crianças merecem”, comemora.

Esta é a primeira vez que o Sírio-Libanês recebe um evento de Natal. A festa, segundo Paula, acontecia no Hospital da Criança. “Este ano, como muitos pacientes seguiram para cá, resolvemos formar essa parceria”, explica. Paula relata que, anualmente, as instituições de saúde que proporcionam o tratamento de radioterapia e quimioterapia pela rede pública recebem entre 40 a 50 crianças. Casos de tumores encontrados no sistema nervoso central — câncer no cérebro — são os mais diagnosticados.

O coordenador-técnico do Sírio-Libanês, Fernando Carlos da Silva, espera que mais eventos como esse ocorram na instituição. “É nítido o quanto essas crianças lutam diariamente contra a doença. Um momento de alegria como esse é fundamental, não só para os pacientes, mas para toda a equipe médica”, completa.


"É um momento de reencontro com os profissionais que cuidam deles com tanto carinho. Essas crianças merecem”

Paula Diniz, 
coordenadora da Liga de Combate ao Câncer da UnB 

Fonte: Correio Braziliense

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