Visita do Papai Noel e super-heróis alegra crianças em tratamento de câncer
Com a distribuição de presentes, visita do Papai Noel, pintura de rosto, doces de todos os tipos e barraquinhas de comida, a celebração trouxe ânimo para a batalha pela cura
Pacientes se divertiram com os personagens favoritos. A festa contou ainda com pintura de rosto, presentes e doces
Há cinco meses, a rotina de Esther da Silva, 11 anos, resume-se a passar parte do dia entre consultas e sessões de quimioterapia e radioterapia. Ela e o pai, Sandro Marcolino da Silva, 42, saíram de Barreiras, no interior da Bahia, para que a menina tratasse um tumor de quatro centímetros no cérebro, considerado grave. “Em Salvador, não tinha médico. Então, abandonei meu emprego de motorista e estou morando de favor na casa de uma tia dela, em Ceilândia Norte”, conta Sandro.
A semana acabou, no entanto, com muita alegria. No lugar de agulhas e remédios, Esther recebeu abraços e duas bonecas de presente ontem à tarde. É que cerca de 60 pessoas, entre médicos, enfermeiros e funcionários do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, além de estudantes da Universidade de Brasília (UnB), se mobilizaram para realizar uma festa de Natal para 40 crianças e adolescentes entre 2 e 17 anos que estão em tratamento de câncer. O evento ocorreu na entrada do Centro de Oncologia do Sírio-Libanês, reunindo pacientes atendidos pelos hospitais da Criança José Alencar e Universitário de Brasília (HUB).
Com a distribuição de presentes, visita do Papai Noel, pintura de rosto, doces de todos os tipos e barraquinhas de comida, a celebração trouxe ânimo para a batalha pela cura.
Super-heróis eram aguardados ansiosamente pelas crianças
Expectativa
O momento mais esperado pelas crianças era a entrada da equipe de super-heróis da Liga da Justiça e dos Vingadores pela recepção. Personagens famosos dos quadrinhos, como Batman, Superman, Mulher Maravilha, Homem de Ferro e Thor, fizeram os pequenos irem ao delírio.
Nicolas de Araújo, 5, era um deles. Quem o viu alegre, pedindo foto com os personagens, devorando um cachorro-quente e animado para pintar o rosto de Homem-Aranha, não imagina como foi o Natal do menino há um ano. Desde janeiro de 2017, o menino passa por sessões de radioterapia para frear a generalização de um tumor localizado entre o nariz e os olhos.
O caso é tão grave que Nicolas quase ficou cego. “Hoje, ele está bem, e enxergando direito. No Natal passado, estranhei quando ele sentia muito sono e até febre. Hoje (ontem), ele voltou a ser a criança alegre de sempre”, conta a dona de casa Daniela Araújo, 31, mãe do menino, que faz questão de sair cedo de Brazlândia com o pequeno.
Esther da Silva, 11 anos: alegria estampada no rosto
De acordo com a coordenadora da Liga de Combate ao Câncer da UnB, Paula Diniz, a ideia é fazer com que as crianças não deixem a infância de lado e aproveitar o espírito de solidariedade que o Natal proporciona. “É um momento de reencontro com os profissionais que cuidam deles com tanto carinho. Essas crianças merecem”, comemora.
Esta é a primeira vez que o Sírio-Libanês recebe um evento de Natal. A festa, segundo Paula, acontecia no Hospital da Criança. “Este ano, como muitos pacientes seguiram para cá, resolvemos formar essa parceria”, explica. Paula relata que, anualmente, as instituições de saúde que proporcionam o tratamento de radioterapia e quimioterapia pela rede pública recebem entre 40 a 50 crianças. Casos de tumores encontrados no sistema nervoso central — câncer no cérebro — são os mais diagnosticados.
O coordenador-técnico do Sírio-Libanês, Fernando Carlos da Silva, espera que mais eventos como esse ocorram na instituição. “É nítido o quanto essas crianças lutam diariamente contra a doença. Um momento de alegria como esse é fundamental, não só para os pacientes, mas para toda a equipe médica”, completa.
"É um momento de reencontro com os profissionais que cuidam deles com tanto carinho. Essas crianças merecem”
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