segunda-feira, 22 de abril de 2013

Brechós infantis fazem sucesso e garantem lucro

Por: Priscilla Aguiar

É possível abrir um brechó infantil com um investimento inicial de R$ 2,5 mil a R$ 6 mil. O lucro mensal também varia nestes mesmos valores, podem atingir índices maiores 














Roupas infantis são quase sempre lindas, mas também costumam ser caras e, para completar, a cada ano a criança perde diversas peças. Os pais sabem bem como é esse drama. Porém, para continuar renovando o guarda-roupa dos filhos uma opção bacana é o brechó infantil, que cada vez mais vem conquistando esse público e garantindo lucros para quem aposta nesse mercado.
Além de roupas, no brechó infantil também é possível encontrar calçados, acessórios, brinquedos e até móveis, como carrinhos e armários, por um preço bastante acessível. Além de comercializarem peças compradas, grande parte dos brechós trabalha com o sistema de consignação, o que torna o negócio menos arriscado e mais viável. Em geral, o proprietário do brechó recebe 50% e o dono da peça os outros 50%. Se passarem três meses e o produto não for vendido ele é devolvido ao dono ou o valor para venda é reduzido. É possível abrir um brechó infantil com um investimento inicial de R$ 2,5 mil a R$ 6 mil. O lucro mensal também varia nestes mesmos valores.
A contadora Flávia Peixoto, de 33 anos, decidiu montar um brechó infantil depois que teve um filho, há dois anos. Ela conta que pôde perceber como as crianças perdem roupas e pensou que a ideia poderia dar certo, além do investimento inicial baixo. Realmente deu certo, prova disso é que Flávia começou vendendo roupas do filho e de filhos de amigos em redes sociais na internet e depois da grande procura viu a necessidade de montar uma loja física, a Balão Mágico, que funciona atualmente no Centro de Niterói.
 “A procura é muito grande porque realmente criança perde roupa muito rápido. O brechó é uma opção de produtos de qualidade a um preço acessível. As pessoas chegam na loja e não percebem que é um brechó, porque são produtos bons”, conta.
Animada com o sucesso, ela já tem plano de expandir o negócio, aumentando o espaço físico da loja e realizando também vendas direto pela internet.
“Tivemos um aumento de cerca de 50% nas vendas e temos investido bastante para aproveitar o momento. E o negócio tem dado tão certo, que as pessoas estão me procurando para ajudá-las a montar seu próprio brechó. Estou ajudando duas no momento. Quando comecei a loja tinha poucas peças e eu as espalhava para parecer que tinha mais. Esse mês, por exemplo, eu já não posso pegar nenhuma peça, já  que a loja não tem capacidade para tanto produto”, relata.
A comissária de bordo Claudia Carecho, de 36, também decidiu abrir O brechó Tudo Novo de Novo, localizado em Icaraí, depois que teve sua filha Laura, há 8 anos. Ela conta que teve a ideia ainda durante os quatro meses de licença-maternidade, quando se deparou com o guarda-roupa da pequena Laura já cheio de roupas e calçados que não serviam mais nela. Pôs a ideia em prática e pediu demissão do emprego. Ela conta que foi a decisão mais acertada que ela poderia ter tido.
“No meu período de licença-maternidade, com tempo integral dedicado a minha filha, pude perceber a quantidade de roupinhas que foram compradas e que no dia a dia seu uso era bem limitado, ou já estavam pequenas ou haviam sido compradas fora de “época”. Sapatinhos foi outro investimento que fiz e logo percebi que não deveria fazê-lo com tanta intensidade, os pés de recém-nascido é algo inexplicável, hoje serve amanhã não. Me vi com um armário repleto de peças que não serviriam mais e sem expectativa na família de novos herdeiros, acreditei que talvez pudesse reverter aquele investimento financeiro em uma ideia que revolucionaria mães que se prendiam e estocavam lembranças e foi o que eu fiz. Muita gente não acreditava na ideia e achava arriscado trocar o certo pelo duvidoso”, relembra.
Claudia disse que inicialmente a ideia foi colocada em prática em um espaço bem pequeno, em Itaipu, com poucas peças, depois ela foi sendo estimulada por novas clientes a aumentar o estoque.
“A maior propaganda sempre foi a boca a boca. Com o tempo fomos investimento cada vez mais. Me inspirava em outros brechós, inclusive nos Estados Unidos, onde é muito mais comum, criamos um sistema online para que a cliente possa ver se a peça em consignação foi vendida ou não, entre outros”, revela.
Espaço para novos investidores
Para Claudia, a tendência é o mercado de brechó infantil crescer cada vez mais. Ela afirma que existe muito espaço para quem deseja entrar no segmento.
“A ideia está sendo mais aceita, e com as inúmeras solicitações ambientais para uma consciência mais ecológica e uma sociedade menos consumista, acredito que faltem iniciativas como a minha para explorar este segmento. Existem milhões de bebês perdendo tudo a toda a hora e 1% do comércio é ponto de recebimento destes itens. Acredito que não exista mais um preconceito na aceitação de comprar ou vender o seminovo, mas sim um preconceito em investidores. É mais glamouroso montar uma loja de produtos novos”, opina.
A empresária Alexandra Ramos, de 38 anos, também decidiu abrir um brechó infantil depois que teve sua filha Sara, há 1 ano, o Brechó Abelinha Chic. Da mesma forma que Flávia e Claudia ela também se deparou com o guarda-roupa da filha repleto de peças que já não cabiam mais nela e decidiu recuperar o investimento abrindo o negócio. Na época ela trabalhava em uma empresa e também decidiu pedir demissão e com o dinheiro da rescisão ela investiu no brechó.
Segundo ela, para abrir um brechó infantil é necessário fazer uma pesquisa do lugar e usar a criatividade na hora da decoração.
“O lugar deve ser agradável e bonito, que chame atenção. Além disso, é muito importante que o brechó funcione em um lugar visível”.
Ela conta que muitas pessoas confundem brechó com bazar e explica que o brechó trabalha apenas com produtos seminovos, já o bazar não.
“No brechó nós fazemos uma avaliação do produto e só vendemos seminovos. Tem muita gente que quer vender produtos que não estão em condições de serem vendidos em brechó. Já o bazar ele aceita produtos com vários problemas”, explica.

Fonte: O FLUMINENSE

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