Governador do Estado e arcebispo do Rio participam da recepção. Objetos serão levados a 131 pontos cariocas até chegada do Papa Francisco, que acontece no próximo dia 22 de julho
O Rio já está em clima de Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Nesta quarta-feira, o Palácio Guanabara recebeu a Cruz Peregrina e o Ícone de Nossa Senhora, símbolos do evento, que será realizado entre os dias 23 e 28, no Rio. Os objetos, que pertencem ao Vaticano, foram carregados em procissão por cerca de 30 jovens, até a capela do Palácio. O governador Sérgio Cabral, o vice-governador e coordenador de Infraestrutura, Luiz Fernando Pezão, e o arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, participaram da cerimônia de recepção. Uma estátua de cera do Papa Francisco, em tamanho real, percorreu ontem vários pontos da cidade para anunciar a chegada do pontífice ao Brasil, no dia 22 deste mês.
Os símbolos da JMJ já tinham sido recebidos por militares no Monumento aos Pracinhas, no Aterro do Flamengo, e por policiais, na sede da Polícia Militar, e ainda por bombeiros, no Quartel Central da corporação. Os símbolos estiveram também na Prefeitura do Rio. Os objetos, que chegaram ao Rio no sábado, passarão por 131 pontos do município - igrejas, universidades, escolas, comunidades, hospitais e presídios - até a chegada do Papa Francisco, no dia 22. Depois da peregrinação pelo interior, a cidade do Rio recebe os símbolos.
Paes – O prefeito do Rio, Eduardo Paes, negou que a licitação de R$ 7,8 milhões para contratar serviços de saúde para a Jornada Mundial da Juventude “seja um jogo de cartas marcadas”. Na terça-feira, o Ministério Público Estadual (MPE) ajuizou ação civil pública para suspender a concorrência. O MPE defende a prestação dos serviços pelo organizadores do evento.
Segundo Paes, a menos de 15 dias da jornada, a licitação é legal e os serviços de saúde serão prestados ao público durante a realização do evento.
“A JMJ não é um evento privado com fins lucrativos, em que se vendem ingressos. A prefeitura vai disponibilizar todos os serviços públicos necessários para atender essa multidão, sejam [serviços] de segurança, de limpeza ou de saúde”, afirmou.
Mesmo com o curto prazo para a licitação, prevista para sexta-feira, Paes nega que algumas empresas serão privilegiadas em detrimento das demais e diz que há tempo para todas se habilitarem.
“Está bem apertado [o prazo], é verdade. Mas, por enquanto, ninguém impediu a licitação, o trâmite está seguindo”, disse ele. “Se quiser ser contratado, [o interessado] terá de seguir as regras”, completou Paes.
Ajustes – Após o evento que marcou a chegada de símbolos religiosos ao Rio, o arcebispo da cidade, dom Orani Tempesta, organizador da jornada, disse que este é um assunto da prefeitura e negou que tenha faltado planejamento ou dinheiro para pagar pelos custos do ato. “Foi muito planejamento, mas as coisas vão chegando conforme fica mais próximo. É natural, são ajustes normais”, ressaltou dom Orani.
Na ação ajuizada ontem, o MPE pede o bloqueio dos R$ 7,8 milhões que seriam destinados à licitação. Caso a Justiça não aceite o pedido, o Ministério Público requer que as empresas rés não participem da concorrência por terem tido acesso a informações privilegiadas. “É o que gera dúvidas sobre o princípio da isonomia, da livre concorrência e da igualdade de condições”, diz nota emitida ontem pelo MPE.
Experiência da Copa
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general José Elito Siqueira, disse que está pronto o esquema de organização para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), este mês, no Rio. Elito acrescentou que as experiências obtidas com a Copa das Confederações, em junho, serão usadas para a jornada e a visita do Papa Francisco ao Rio e à Aparecida (no interior de São Paulo).
“As lições foram aprendidas”, ressaltou o ministro. “Usaremos a estrutura organizada para a Copa das Confederações e com grande esforço de todos, queiramos e torceremos para que tudo corra bem como [ocorreu] na Copa das Confederações.”
Francisco chega ao país no dia 22 e fica até 28, último dia da Jornada Mundial da Juventude. O Papa visitará o Santuário de Aparecida no dia 24 para a celebração de uma missa na basílica. A expectativa é que a jornada reúna fiéis de vários países.
Elito e os ministros Antonio Patriota, das Relações Exteriores, e Celso Amorim, da Defesa, participam de audiência da Comissão de Relações Exteriores do Senado sobre as denúncias de espionagem a brasileiros por agências norte-americanas. Na audiência, o general não detalhou o esquema de segurança para a visita do Papa Francisco.
Fonte: O FLUMINENSE
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