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quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Desinibir a mão e a cabeça na redação do Enem


Especialista no tema, professora Dad Squarisi dá dicas on-line sobre como desenvolver um bom texto. Treinar a escrita é fundamental


 Jairo Macedo-Especial para o Correio




Os cadernos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) preparados pelo Correio guardam com carinho especial um espaço dedicado à prova de redação. Trata-se do projeto Redação Nota 1.000, pensado como auxílio ao candidato que almeja alcançar a pontuação máxima na dissertação. Nele, o aluno encontrará conteúdo digital, gratuito e interativo, pensado na medida para a vida corrida dos estudos e os hábitos conectados on-line com o mundo.

O Nota 1.000 é capitaneado por Dad Squarisi, professora de português, editora de Opinião do jornal e comentarista da TV Brasília. Nessa quarta-feira (6), ela apresenta a primeira de muitas videoaulas com o passo a passo para a melhor forma de encarar a avaliação. “São breves dicas para escrever o melhor texto, a partir de pílulas de conteúdo curto, ágil e leve”, define Dad.

Escrever é treino
O primeiro vídeo versa sobre o tema “Escrever é treino”. Na concepção da professora, o ato da escrita exige do candidato estar à vontade consigo mesmo e com o mundo à sua volta, de modo que ele demonstre desenvoltura para elaborar um texto claro, objetivo e fluido. “É como aprender a nadar”, garante ela. O candidato afunda, portanto, se não houver intimidade com a construção de texto. “Se o aluno não tem o hábito, não consegue dominar a técnica e não termina a proposta da redação do Enem de modo satisfatório”.

Para tanto, a professora sugere que o estudante disponibilize momentos da vida dele para escrever sobre algum assunto que lhe seja caro. Nessa hora, qualquer tema vale: da partida de futebol jogada pelo time do coração ao capítulo da novela preferida exibido na noite de ontem. “O importante é desinibir a mão e a cabeça! O que peço a eles é que escrevam com liberdade sobre o que vem à mente. Pode ser sobre esportes, seriados que acompanham, os bons filmes que viram, o que leram no jornal, qualquer assunto.” Insegurança

Autora de vários livros que desvendam com leveza os mistérios da boa escrita, Dad Squarisi afirma enxergar insegurança nos alunos quando estão prestes a começar um texto. Com a folha ainda em branco, o ato de escrever e a necessidade de responder aos critérios da avaliação são inibidores. “É normal nessa idade, uma moçada jovem, cheia de energia, não saber como iniciar um texto. Perdem um grande tempo pensando antes de escrever”.

Tempo, aliás, é item valioso no Enem, que em 2017 oferece 5h30, em 5 de novembro, para a execução das provas de Ciências Humanas e suas Tecnologias e Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação. “Treinando, o vocabulário fica vivo e a mão se solta naturalmente. A partir daí, os alunos começam a se desenvolver.”

Próximas etapas
Treinamento, planejamento, conhecimento de texto e revisão são fundamentais. Dad Squarisi divide em cinco grandes núcleos o conteúdo dos vídeos para o caderno especial do Enem. Após a importância do treinamento, ela trará ao leitor os critérios específicos do exame para elaboração da redação. Em seguida, apresenta estrutura, parágrafo e revisão. “Ao final do processo, revisar melhora o texto como um todo. O aluno pode repensar os tópicos frasais, ver se a escrita dele atende aos critérios, verifica possíveis erros de concordância e se há fluidez em não repetir palavras. Tudo isso compõe um texto nota mil!”, sintetiza a professora.

A colunista de Opinião do Correio planeja ainda duas grandes oficinas com alunos da rede pública do Distrito Federal. Nesses encontros, marcados para 28 de setembro e 19 de outubro, no auditório do jornal, ela pretende falar descontraidamente aos estudantes, de modo a aproveitar as três horas de conversa com dicas valiosas. “Tem brinde, tem prêmio, tem aplauso - a oficina será uma festa!”, define. Ao contrário do que se pode imaginar, os alunos do ensino médio dispõem, sim, das ferramentas necessárias para escrever uma boa redação. “Eles têm um mundo inteiro na cabeça, maior do que pensam. Eles leram, estudaram, foram ao cinema, conversaram com todo tipo de gente. Assunto e ideia não faltam”, avalia Dad Squarisi, otimista. “Tem que ser na prática da redação. O que eles sabem de gramática é o suficiente, é preciso colocar no papel. Quem escreve bem, interpreta a ordem e conhece os critérios, se sai bem na prova. ”

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