sábado, 11 de agosto de 2012

Nathalia Timberg e Rosamaria Murtinho em cartaz em Niterói

Por: Simone Selles 11/08/2012

Espetáculo 'Sopro de Vida' faz uma curta temporada no Teatro Municipal. A peça é uma versão adaptada de um famoso espetáculo de autoria do inglês David Hare 









As atrizes Rosamaria Murtinho e Nathalia Timberg estão em cartaz até amanhã no Teatro Municipal de Niterói com o espetáculo Sopro de Vida, que promete encantar a plateia, este fim de semana.
A peça é uma versão adaptada de um famoso espetáculo de autoria do inglês David Hare, reconhecido como um dos grandes autores da dramaturgia contemporânea, também autor de O Leitor e As Horas. A obra, com o título original de The Breath of Life foi traduzida pelo diretor Naum Alves de Souza, com a ajuda da própria atriz Nathalia Timberg.
O espetáculo estreou nos palcos de Londres em 2004, com duas grandes damas britânicas, Judi Dench e Maggie Smith. A peça foi recebida calorosamente pelo público e pela crítica na Inglaterra, EUA e Espanha. Chegou ao Brasil com ótimo elenco e direção, além da equipe técnica, que conta com Beth Filipecki e Renaldo Machado nos figurinos, e Celina Richers nos cenários.
O enredo da peça gira em torno de duas mulheres que partilharam um mesmo homem por mais de 25 anos. A amante, personagem de Nathalia Timberg, no entanto, é mais velha do que a esposa, Rosamaria Murtinho, e até mesmo do que o marido. A trama alterna diálogos entre as duas grandes atrizes, que demonstram ao longo do espetáculo todos os sentimentos e sensações envolvidos nesse triângulo amoroso.
A personagem de Rosamaria é casada com um homem que a trai por muitos anos, e ela, por amor ao marido, acaba aceitando a infidelidade. Além de carregar o peso da traição, ela ainda tem que lidar com o detalhe da amante ser mais velha do que os dois.
Como é uma escritora, resolve, então, fazer um livro contando a história dessas duas mulheres, sobre como elas passaram todos esses anos aturando essa situação. Supera seus medos e inseguranças e busca conversar com a amante.
 “Ela vai à casa da amante para sondar, para ver como é que foi toda essa história, para, então, escrever o livro. Ela não quer fazer um livro de ficção, apenas mais um romance. Minha personagem quer escrever uma realidade sobre o relacionamento dos três”, conta Rosamaria.
Para isso, a esposa passa a visitar a casa da amante e começa a conversar com ela. Nesses encontros, é criado um embate em que cada uma fica alfinetando a outra da maneira que pode. Durante as conversas, as duas defendem o seu lado da história, e, segundo Rosamaria, esse é um dos motivos pelo qual a peça agrada por onde passa.
“Ela defende o lado dela, e a personagem da Nathalia defende o seu também. Cada uma fica do seu lado, por isso que a peça é boa. A esposa pensa que está do lado certo, e a outra do errado. Mas, no fim, ela acaba chegando à conclusão de que a amante sofreu tanto quanto ela ao longo desses anos”, comenta.
Rosamaria já participou de outras peças com Nathalia, mas é a primeira vez que trabalha com o diretor Naum Souza.
“A Nathalia é uma excelente colega, uma pessoa muito honesta. Ela não é aquele tipo de colega que quando você está falando, ela tenta roubar seu texto ou a sua fala grande. Ela respeita. Ela não quer brilhar sozinha, ela quer que o espetáculo esteja bom. Eu acho muito importante ter uma colega profissional nesse sentido” – afirma a atriz - “Quanto ao Naum, é a primeira vez que eu trabalho com ele, mas já vi que é um ótimo diretor, muito bom. É uma pessoa que não tem o pé atrás com os outros, e isso é excelente, a gente se deu muito bem”, confessa.
Nathalia Timberg se formou pela Escola de Belas Artes e desde cedo se destacou no teatro. Ela permaneceu por três anos na França com uma bolsa de estudos fornecida pelo governo local e lá frequentou diversos cursos. Ela já recebeu, entre outros, o prêmio Molière por Meu Querido Mentiroso (1964) e o Mambembe por A Cerimônia do Adeus (1987).
É uma atriz consagrada na televisão, no teatro e no cinema brasileiro. Já atuou em montagens como Senhora dos AfogadosAssim É... (Se lhe Parece) e O Jardim das Cerejeiras. Participou também de obras mais recentes, como Letti e Lotte Conduzindo Miss Daisy, ambas dirigidas por Bibi Ferreira.
Na televisão, já participou de programas como o Grande Teatro Tupi, onde permaneceu por sete anos em peças semanais, e de várias novelas, como Vale Tudo, Pantanal, O Direito de Nascer, Porto dos Milagres, entre outras. 
Rosamaria Murtinho esteve pela primeira vez em um palco na companhia amadora de seu irmão, Carlos Murtinho, quando substituiu uma atriz que precisou se ausentar 15 dias antes da estreia. Ela fez parte do tradicional Grupo Oficina, onde realizou um de seus mais importantes trabalhos: Os Pequenos Burgueses, em 1964. Seu primeiro trabalho no teatro profissional foi na peça Sua Excelência em 26 Poses.
A atriz, que já passou pelo drama, comédia e musical, é muito reconhecida pelo público e pela crítica, e sempre atua em todos os gêneros com a mesma desenvoltura. Conquistou vários prêmios ao longo de sua carreira no teatro, no cinema e na televisão.
Coleciona sucessos como o mais recente Frida Kahlo, e musicais sobre Chiquinha Gonzaga e Isaurinha Garcia. Já fez quase 50 telenovelas de canais diversos, e foi considerada a primeira mocinha da televisão brasileira após sua atuação em A Moça Que Veio de Longe, em 1964.
Serviço: O Teatro Municipal de Niterói fica na Rua Quinze de Novembro, 35, Centro, Niterói. Hoje, às 21 horas, e domingo às 20 horas. R$ 70.  Censura: 14 anos.

Fonte: O Fluminense

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