quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Horto do Fonseca: espaço de lazer sem atrativos na Zona Norte

Por: Verônica Padrone 

Frequentadores reclamam do abandono e da falta de segurança no local. Lazer para representa risco para as crianças, com brinquedos destruídos e enferrujados       
















Considerado uma das principais áreas de lazer da Zona Norte de Niterói, o Horto do Fonseca, na Alameda São Boaventura, continua entregue ao abandono. A reclamação é de moradores da região, que ano após ano presenciam o parque se deteriorar cada vez mais, oferecendo cada vez menos atrativos aos visitantes. 
O ZooNit que funcionava no espaço foi fechado em 2011. Brinquedos para as crianças como balanços e gangorras estão completamente destruídos e com ferros à mostra, colocando a segurança delas em risco. Placas que indicam as espécies de árvores estão quebradas ou pichadas. A feira de artesanato não tem funcionado em fins de semana e feriados e comerciantes locais amargam prejuízos com a baixa frequência. Algumas árvores derrubadas pela força do vento das últimas tempestades continuam caídas no local, contribuindo ainda mais para aumentar o aspecto de abandono.
O visitante que chega de carro, sofre com buracos e quebra-molas confeccionados fora dos padrões determinados pela legislação. Como resultado, raspam o fundo dos veículos neles. Como se não bastasse,o local também é considerado inseguro. Na delegacia da área, a 78ª DP (Fonseca) existem vários registros, que incluem de furtos de fios e ataque de maníaco a estudantes. Quem passeia pelo parque também não encontra dificuldades para flagrar pessoas fumando maconha. 
Cães e gatos costumam ser abandonados no local e não recebem  alimento nem tratamento adequado. Muitos deles estão doentes, magros, ou com patas quebradas. Recentemente, uma infestação de pulgas passou a atormentar quem trabalha ou frequenta o local, onde também não é difícil encontrar lixo espalhado pelo chão. “Eu caminho diariamente no horto. Tem época que eles fazem manutenção, mas não é sempre. O chão é muito quebrado e atrapalha a caminhada, pois acabo tropeçando várias vezes. Eu acho que o Campo de São Bento é melhor, mas como moro no Fonseca, acho um pouco longe e aqui acaba sendo a única opção”, lamenta a aposentada Suely Correa, de 70 anos.
Moradora de Campos, a professora Fernanda Malacarne, de 31 anos, esteve no horto pela primeira vez com o marido na última semana, a impressão que levou do local é de completo abandono. “É a primeira vez que venho ao horto, porque eu não moro aqui. A primeira impressão que tive é de um lugar sem manutenção. Só o lago é bonito, mais nada.”
O advogado Carlos Aguiar, de 34 anos, lamenta que o potencial do Horto não esteja sendo aproveitado. “O local tem tudo para ser um ótimo ponto de lazer, porque tem muita natureza, mas é muito mal explorado. O chão está quebrado, as placas de orientação estão destruídas e não há limpeza”, reclamou.
O secretário-regional da Zona Norte, Leonardo Reis, alegou que na última semana foi realizada uma reunião para “formatar as formas jurídicas de uma parceria entre o Estado e a Prefeitura de Niterói para fazer uma gestão compartilhada do espaço, proporcionando uma revitalização e aumento nas opções de lazer”. 
Leonardo argumenta que por mais que o horto não esteja adequado ao que os frequentadores esperam, diversos avanços já aconteceram. “Em parceria com a Águas de Niterói, nós reformamos o lago azul, criamos um orquidário que funciona diariamente com cursos de cultivo de orquídeas. Além disso, será inaugurado um viveiro de mudas”, alegou, apesar de ainda não haver data prevista.
O Horto do Fonseca foi criado em 1906 para servir como ponto de cultivo e distribuição de sementes, mudas frutíferas e plantas medicinais aos lavradores e, ainda hoje, possui muitas espécies de plantas e árvores como jatobás, jequitibás, jacarandás e sapucaias, bem como a espécie conhecida como pau-mulato, que não foram arrancadas ao longo dos anos para a construção dos prédios públicos.

Fonte: O FLUMINENSE

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